Por dentre as estratégias recomendadas para perda de peso ou de gordura temos a prática de exercício físico como sendo das mais advertidas por autoridades e profissionais de saúde.
No entanto, há quem afirme que o exercício físico é inútil para quem deseja perder peso ou gordura por este ativar mecanismos compensatórios, os quais se incluem um aumento do apetite e da ingestão de energia, que acabam por compensar o gasto energético extra derivado do treino.
Mas será realmente assim?
Já foram publicados diversos artigos de revisão cujos autores procuraram clarificar esta questão.
A influência do Treino de Endurance no Apetite
Em 2020, Beaulieu K e colegas (2020)¹ conduziram uma revisão da literatura com a intenção de aferir a possível influência do treino de endurance isolado, ou em combinação com treino resistido, em variáveis relacionadas com o apetite, ou outros aspetos relacionados com a ingestão alimentar.
Esta revisão incluiu 7 estudos observacionais, 7 estudos de curta duração (agudos), e 10 estudos de duração relativamente longa (crónicos), os quais implementaram algum tipo de atividade física.
Conclusões da revisão:
- A prática de atividade física parece favorecer um maior controlo do apetite e uma redução da recompensa alimentar.
- A realização de atividade física associa-se a um menor desejo e procura de alimentos ricos em gordura ou energia e a uma maior apetência por alimentos pobres em gordura/energia.
A influência do Treino Resistido no Apetite
Os investigadores Panissa VL et al. (2023)² efetuaram recentemente uma revisão sistemática de estudos que procuraram determinar o impacto do treino resistido no apetite.
Mais precisamente, estes autores analisaram os efeitos agudos e crónicos do treino resistido no apetite e/ou ingestão de energia, e procuraram comparar esses efeitos com os do treino de endurance e o treino combinado (treino resistido mais treino de endurance.
No seu artigo, Panissa e colegas identificaram 17 estudos de curta duração (agudos), e 9 estudos de tipologia crónica.
Alguns destes estudos compararam o treino resistido com um grupo de controlo, e outros efetuaram comparações com o treino de endurance e com o treino combinado.
Conclusões da revisão:
- O treino resistido agudo parece induzir respostas que favorecem a inibição do apetite.
- Uma maior quantidade/volume de treino resistido parece ter um maior efeito agudo na supressão do apetite.
- O treino resistido crónico não parece promover mecanismos compensatórios ao nível da ingestão de energia/apetite.
- O treino de endurance e o treino combinado parecem favorecer uma maior inibição do apetite do que o treino resistido.
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