Quanto mais cálcio ingerirmos através da alimentação, mais gordura iremos perder através das fezes. Isto de acordo com um estudo realizado na American University Vanderbilt.
Segundo os autores do artigo, podemos chegar a perder quase um quilo extra de gordura num ano, ingerindo um grama extra de cálcio por dia.
Existem muitas pessoas, normalmente as mais desconfiadas, incluindo nutricionistas, que se lerem que o cálcio tem efeitos positivos, os seus sinais de alerta começam imediatamente a tocar.
A primeira coisa que irão pensar é que a indústria dos lacticínios voltou a fazer das suas, patrocinando algum estudo duvidoso.
A verdade é que indústria dos laticínios é uma máquina empresarial que aprendeu desde cedo qual a melhor forma de fazer propaganda a algo em seu benefício, que é promovendo o consumo de lacticínios como sendo alguma coisa de interesse para um bem geral.
A imagem positiva dos lacticínios e do cálcio demonstra o grande trabalho feito pela indústria dos lacticínios, nomeadamente a utilização inteligente de recursos financeiros, a infiltração de pesquisa em nutrição e intimidação dos críticos.
Neste momento existe uma crença generalizada de que quem consome mais lacticínios e cálcio irá tornar-se mais saudável.
É por isto que a indústria dos lacticínios está disposta a muito para calar investigadores como Walter Willet, cujos estudos têm vindo a demonstrar que uma ingestão elevada de cálcio aumenta a hipótese de contrair cancro da próstata. Isso deve-se muito provavelmente, ao facto do cálcio reduzir as reservas corporais de vitamina D (vitamina esta que inibe o cancro da próstata).
Tanto quanto se sabe, este estudo não foi pago pela indústria dos lacticínios. Foi realizado com a colaboração de 34 voluntários que tinham excesso de peso e que seguiram uma dieta baixa em calorias durante um período de 12 semanas. Metade das pessoas eram tolerantes à lactose, enquanto a outra metade eram pessoas intolerantes à lactose.
Os investigadores colocaram os voluntários tolerantes à lactose numa dieta de 6 semanas que forneceu 500 mg de cálcio, e durante as 6 semanas seguintes, colocaram-nos numa dieta com 1500 mg de cálcio. O cálcio era proveniente de produtos lácteos.
Os intolerantes à lactose tiveram o mesmo tratamento, mas o seu segundo lote de cálcio foi fornecido sob a forma de suplementos.
O grupo dos que ingeriram produtos lácteos perdeu mais 2 gramas de gordura por dia (18 kcal). Os que tomaram cálcio em forma de suplemento perderam mais 1,5 gramas de gordura por dia (14,5 kcal). Em termos diários, estão em causa quantidades muito pequenas, no entanto, ao longo de um ano, as diferenças já se farão notar.
Apesar disso, em termos gerais, as diferenças não são significativas, uma vez que para dietas ricas em cálcio, tanto os que ingeriram produtos lácteos como os que não ingeriram produtos lácteos, perderam aproximadamente a mesma quantidade de gordura por dia (5,8 vs. 5,9).
Os indivíduos seguiram uma dieta normal para perda de peso. Os que seguem uma dieta baixa em hidratos de carbono, ingerem relativamente mais gordura. Assim, comprimidos de cálcio podem funcionar ainda melhor para quem segue dietas baixas em hidratos de carbono do que o demonstrado neste estudo.
Os investigadores deste estudo utilizaram suplementos de citrato de cálcio. O citrato de cálcio é facilmente absorvido pelo organismo, que é precisamente o que você não quer.
Quanto mais cálcio permanecer nos intestinos melhor. O carbonato de cálcio, que é de pior absorção, (fórmula encontrada em suplementos de cálcio baratos) pode funcionar melhor.
Se o objectivo é perder peso mais rapidamente tomando suplementos de cálcio, deve também ser tido em consideração o aumento da ingestão de vitamina D.
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